Universidade de Nova Jersey lança o primeiro doutorado do mundo em 'felicidade': 'A necessidade nunca foi tão grande'

Maryana com Y 🏳️🌈
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“As pessoas não estão apenas perguntando como ganhar a vida — elas estão perguntando como viver bem”, disse o reitor da Centenary University, Dale Caldwell, ao The Post. “Este programa foi criado para desenvolver uma nova geração de acadêmicos-profissionais preparados para atender a essa necessidade.”

Uma pequena faculdade de Nova Jersey lançou o primeiro doutorado do mundo em Estudos da Felicidade — um programa totalmente virtual, de quatro anos, projetado para treinar especialistas na ciência do bem-estar.
“A necessidade nunca foi tão grande”, disse Tal Ben-Shahar, diretor de Estudos da Felicidade na Centenary University em Hackettstown. “Em todo o mundo, estamos observando um aumento na ansiedade, depressão, solidão e insatisfação geral — não apenas entre adultos, mas cada vez mais entre crianças e adolescentes.”
“Diante desta crise global de saúde mental, o estudo da felicidade não é um luxo, mas uma necessidade”, acrescentou Ben-Shahar, cofundador da Happiness Studies Academy, que anteriormente lecionou os cursos extremamente populares de “Psicologia Positiva” e “Psicologia da Liderança” da Universidade de Harvard.
Nesse mundo que ainda mede sucesso por produtividade e lucro, esse Phd nos Estados Unidos traz uma provocação: e se a felicidade fosse um campo de pesquisa tão relevante quanto economia ou medicina?
Assim nasceu, em 2024, o primeiro PhD em Felicidade do mundo, um doutorado que une neurociência, psicologia positiva, filosofia e literatura, criado pela Centenary University, em New Jersey (Centenary University, 2024). O objetivo: formar líderes e pesquisadores capazes de investigar e aplicar o conhecimento científico sobre o que faz a vida valer a pena. A notícia pode parecer excêntrica à primeira vista, mas ela inaugura uma guinada real na forma como olhamos para saúde mental e bem-estar.
O curso é inspirado em pilares da psicologia positiva, movimento acadêmico consolidado por Martin Seligman, que propôs uma mudança de foco na psicologia da patologia para o florescimento humano (Seligman, 2011). Mas o PhD vai além. Ele integra evidências de neurociência com reflexões filosóficas, propondo uma visão holística da felicidade como fenômeno ético, social e neurobiológico. Não se trata de um “curso para ficar feliz”, mas de uma formação científica sobre o que sustenta a experiência emocional humana em nós, nos outros e nas organizações.

Do ponto de vista cerebral, há evidências claras de que a felicidade não é só um traço de personalidade, mas também um estado treinável.
Pesquisas da Universidade de Wisconsin mostram que práticas como compaixão, gratidão e meditação intencional remodelam áreas do cérebro ligadas à regulação emocional, como o córtex pré-frontal e a amígdala . Barbara Fredrickson, outra referência na área, mostrou que emoções positivas frequentes não só melhoram a saúde mental, como aumentam a imunidade e a resiliência fisiológica diante de desafios.
A felicidade, portanto, deixou de ser um luxo subjetivo para se tornar um indicador concreto de saúde.
A criação de um doutorado nessa área reflete um avanço real nas prioridades da ciência global. Pela primeira vez, bem-estar não está sendo tratado apenas como um “efeito colateral” de políticas públicas ou planos corporativos, mas como um objetivo legítimo de estudo e investimento. O próprio relatório mundial de felicidade da ONU, o World Happiness Report, já vem apontando há anos que os países mais felizes são também os mais saudáveis, resilientes e colaborativos — com impacto direto em produtividade, educação e segurança pública.

Ou seja,formar profissionais para compreender e aplicar essas dinâmicas é estratégico, por isso, não canso de espalhar a mensagem de leveza, bom humor e felicidade como caminhos de perfomance corporativa, concorda comigo?
No Brasil, essa pauta é mais urgente do que nunca. Estamos entre os países com maiores índices de ansiedade e depressão do mundo, segundo a OMS,e o burnout já é reconhecido como uma condição ocupacional severa. Apesar disso, temas como bem-estar emocional, propósito de vida e felicidade ainda são tratados com desconfiança, como se fossem supérfluos. Um doutorado como esse nos obriga a refletir: por que ainda insistimos em separar “sentir” de “pensar”, “cuidar” de “produzir”?
E o que aconteceria se lideranças públicas e empresariais começassem a tomar decisões baseadas também em dados de bem-estar?
A existência de um PhD em Felicidade mostra que a ciência está (finalmente) reconhecendo algo essencial: viver bem é uma habilidade complexa e urgente. Em tempos de tanta exaustão coletiva, investir em formação emocional profunda não é fuga da realidade. É reinvenção da realidade. E talvez o futuro da saúde mental comece por aí: onde ciência, alma e sociedade se reencontram.
Com humor mas profundo hoje,
Maryana com Y
Fonte: https://nypost.com/2025/07/19/lifestyle/n-j-university-launches-worlds-first-ph-d-in-happiness/