Piada não é neutra: o caso Léo Lins e o papel do humor nas empresas

Maryana com Y 🏳️🌈
Especialista em Bom humor e Felicidade | Linkedin Creator | TEDx Speaker | Palestrante e treinadora | Coautora do Best Seller "SOFT SKILLS"e “BALANCED SKILLS”
A recente condenação do humorista Léo Lins reforça uma verdade que muitos ainda resistem a aceitar: piada não é neutra. Comédia é comunicação e toda comunicação tem consequência.
O argumento da liberdade de expressão não pode ser usado como escudo quando o conteúdo expressado fere, violenta ou marginaliza. Liberdade de expressão termina onde começa o direito do outro de existir com dignidade.
Léo Lins foi condenado por uma piada que ultrapassou o limite do aceitável e escancarou uma prática comum: usar o riso como ferramenta de opressão disfarçada de entretenimento. Quando a piada ofende, ela deixa de ser apenas “brincadeira”. Ela se torna ato de violência emocional e simbólica e, sim, isso pode ser crime.
Esse caso levanta um alerta importante para o ambiente corporativo. No palco das empresas, o humor precisa ser canal de bem-estar, não de exclusão ou de piada ofensiva.
Defendo um humor que faz bem. Que conecta. Que eleva.
Não podemos mais tolerar piadas que reforçam estigmas, machucam minorias ou fazem rir às custas da dor alheia. Se você está numa roda e alguém faz uma piada ofensiva e você ri, se cala ou “deixa passar”, você também é parte do problema.
Silenciar é se aliar ao agressor.
E se você acha que não é o seu papel interferir, então ao menos não ria. Já é um começo. Já é uma forma de mostrar que não existe platéia para a opressão travestida de comédia.
Sempre digo: a comédia faz rir, o humor faz bem. Não quero que as pessoas virem piadistas — quero que sejam bem-humoradas. Isso significa cultivar uma sensação consciente de bem-estar, com respeito pelos próprios limites e os dos outros.
Não precisamos de piadas no ambiente corporativo, isso é papel dos comediantes. Nas minhas palestras, enfatizo o poder do bom humor que eleva a energia do time, sem cair na armadilha da positividade tóxica. Não é sobre “fazer bem a todo custo”, mas sim sobre fazer bem de forma real, empática e consciente
Empresas que desejam ambientes mais seguros e humanos precisam estar atentas a isso. O humor no trabalho pode (e deve!) ser leve, inteligente, inclusivo mas jamais à custa de alguém.
Chegou a hora de evoluirmos também na forma de rir.
com Humor,
Maryana