Mirou na autenticidade, caiu na rebeldia brega: o desafio de ser diferente sem perder o bom senso de convivência

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Maryana com Y 🏳️‍🌈
Especialista em Bom humor e Felicidade | Linkedin Creator | TEDx Speaker | Palestrante e treinadora | Coautora do Best Seller "SOFT SKILLS"e “BALANCED SKILLS”

Eu uso um macacão com capa nos palcos, e sempre sou questionada sobre os limites de ser autêntica, afinal o que sustenta sua autenticidade? De cara, sem fazer você ler toda minha opinião, já te adianto, são os resultados nesse mundo corporativo, é o que difere uma ideia sem noção de uma ideia visionária, o impacto que ela gera.

Mirou na autenticidade, caiu na rebeldia brega: o desafio de ser diferente sem perder o bom senso de convivência

Maryana no encontro Giants do Marcus Marques do grupo Acelerador

 

Ser autêntico é visto como sinônimo de criatividade, coragem e até liderança. Mas há um risco crescente: confundir autenticidade com uma performance exagerada do “eu”, que ignora os códigos sociais e transforma a diferença em ruído chato de engolir.

Segundo a psicóloga organizacional Herminia Ibarra em seu artigo “The Authenticity Paradox”, publicado na Harvard Business Review, a autenticidade não deve ser confundida com rigidez identitária. Para ela, “ser fiel a si mesmo” não significa rejeitar o aprendizado ou a adaptação — pelo contrário, líderes autênticos são aqueles que conseguem evoluir sem perder a coerência interna.

No campo da sociologia, Erving Goffman, em “A Representação do Eu na Vida Cotidiana”, já alertava que todos desempenhamos papéis sociais. A autenticidade, nesse sentido, não é ausência de performance, mas sim uma performance coerente com o contexto e com os valores pessoais. Quando essa coerência se perde, entra em cena o que eu vou chamar de “rebeldia brega”, seria uma expressão exagerada, muitas vezes descolada da realidade social, que busca atenção mais do que conexão.

Autenticidade como resistência silenciosa: Na era da hiperexposição, ser autêntico é quase um ato de resistência. Como aponta Zygmunt Bauman em Modernidade Líquida, vivemos tempos em que tudo é fluido: identidades, relações, valores. Nesse cenário, a autenticidade não é apenas uma escolha pessoal, mas uma forma de se manter ancorado em meio ao caos.

A cultura da performance e o narcisismo digital: A psicologia contemporânea também alerta para os riscos da autenticidade performática. Jean Twenge e W. Keith Campbell, em The Narcissism Epidemic, mostram como a cultura digital alimenta um narcisismo coletivo, onde o “ser diferente” vira moeda de validação social. O problema é que, nesse jogo, a autenticidade se torna espetáculo e o ser em questão, refém da própria imagem. A rebeldia brega, nesse contexto, é o avatar de um eu que precisa ser visto o tempo todo, mesmo que isso signifique exagerar, chocar ou distorcer.

Autenticidade não é gritar mais alto, é sustentar o que se é, mesmo no silêncio dos aplausos.

Rebeldia brega é barulho sem escuta, é estilo sem substância. A diferença entre as duas está na profundidade: uma nasce do encontro consigo mesmo; a outra, da necessidade de ser visto a qualquer custo.

Como evitar cair nessa armadilha?

🔹 Pratique a escuta ativa: como mostram estudos de comunicação não violenta (Rosenberg, 2003), a escuta é um dos pilares da convivência autêntica.

🔹 Cuidado com o “culto ao eu”: a psicologia contemporânea alerta para os riscos do narcisismo performático nas redes sociais (Twenge & Campbell, 2009). Nem tudo que é “diferente” é necessariamente autêntico.

🔹 Considere o impacto: a verdadeira autenticidade considera o outro como parte da própria identidade.

Autenticidade é uma construção relacional, não um grito solitário.

Quando ignoramos as dinâmicas sociais em nome de uma “verdade interior”, corremos o risco de cair na caricatura  ou na rebeldia brega, que gosto de dizer. Ser autêntico, de verdade, é saber equilibrar expressão pessoal com inteligência social.

é isso pessoal desabafei!

com humor,

Mary

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