A fuga mais comum dos profissionais de hoje em dia
Maryana com Y 🏳️🌈
Especialista em Bom humor e Felicidade | Linkedin Creator | TEDx Speaker | Palestrante e treinadora | Coautora do Best Seller "SOFT SKILLS"e “BALANCED SKILLS”
OBS: Antes de mais nada para uma inclusão aos que não falam inglês, vou fazer duas citações sobre “to do” que numa tradução livre aqui quero dizer o “fazer” das tarefas e cito também o “to be” e como uma tradução livre quero dizer o “ser” o existencial.
Existe um fantasma que nos visita todo santo dia, ele não arrasta correntes, não aparece em espelhos, não dá susto mas sussurra em silêncio na nossa mente. Sempre quando a casa fica mais silenciosa, quando a notificação para de vibrar, quando sobra um espaço entre uma tarefa e outra. Vem ele e diz: “Você não deveria…” , ele mesmo o fantasma do “deveria” e o vazio que se tenta preencher com ele.
E é impressionante como essa palavra pequena tem o poder de nos desmontar, ela nos convence de que estamos atrasados, de que falta algo, de que não somos suficientes e que sempre cabe algo para sermos mais úteis, produtivos, amados e vistos.
O “deveria” é o fantasma que se alimenta da comparação, da autocobrança e do medo de encarar o próprio espelho interno. Por que quando o espelho interno aparece, a gente corre e corre para onde? Para o to do, para a utilidade para o preenchimento mental.
Mais uma tarefa. Mais um curso. Mais uma reunião. Mais um “projeto importantíssimo que não dá pra adiar”.
Tudo isso com uma função secreta: preencher o vazio que a gente tem medo de sentir. Mas aqui mora a parte mais humana e mais difícil, que quero te convidar a fazer: ADMITIR.
Fora da assombração do “deveria”, você precisa se encarar e estar presente, de verdade, exige coragem! Coragem para ouvir o que ficou guardado, coragem para nomear o que dói, coragem para admitir que, mesmo com a agenda cheia, a alma pode estar vazia de si mesmo.
E é por isso que nos agarramos ao “to do” como se fosse um salva-vidas, porque ele dá uma falsa sensação de controle, que estamos em movimento, e essa sensação de movimento gera uma sensação de progresso, mas será que é progresso mesmo? Pra onde, exatamente está progredindo?
Ninguém ensina a gente a ficar, aprendemos desde cedo a acelerar, não a habitar ou observar sem pressa. Aí passamos uma vida correndo atrás, fazendo muito, conquistando, sendo o melhor do mundo, tendo quase tudo e sendo quase nada.
A real que vi na minha semana aqui , é que o problema nunca foi a minha lista de tarefas, o problema é quando ela se torna uma fuga do que eu realmente preciso sentir e não permito com a mente, agenda e tempo “cheios”. Percebi que o meu “to do” virou um esconderijo perfeito para não encarar o “to be”, correndo atrás das agendas essa semana adoeci e percebi que nenhuma tarefa é útil se eu não estiver viva nela. E no fim do dia, o que esvazia não é a quantidade de coisas que você fez, é a quantidade de vezes que EU ME ABANDONEI enquanto fazia toda minha lista de tarefas.
Então hoje, abrindo o coração de quem já viu muita gente forte se perder por dentro, eu te pergunto: quando foi a última vez que você esteve com você, sem pressa, sem justificativa, sem performance? Quando foi a última vez que você ouviu o silêncio, sem tentar preenchê-lo? Quando foi que você percebeu que o cansaço que sente não é físico… é existencial?
A vida pede menos aceleração e mais presença. Menos “o que eu preciso fazer?” e mais “quem eu quero me tornar?”
Porque quando o “deveria” perde a voz, nasce espaço para escolhas verdadeiras.E quando o “to be” volta para o centro, o “to do” deixa de ser fuga e vira apenas o caminho.E, no fim, talvez esse seja o ponto: não é sobre fazer mais.
É sobre ser inteiro enquanto faz.
Com humor,
Maryana com Y
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