Mente abundante te tira do sentimento de decepção

Maryana com Y

Maryana com Y 🏳️‍🌈
Especialista em Bom humor e Felicidade | Linkedin Creator | TEDx Speaker | Palestrante e treinadora | Coautora do Best Seller "SOFT SKILLS"e “BALANCED SKILLS”

Sabe aquela sensação de olhar para trás e pensar: “ Ah se eu tivesse feito diferente…” A decepção nos mantém presos ao passado e, neurologicamente, ativa áreas do cérebro como a amígdala, responsável pelo medo e pela resposta ao estresse, e o córtex pré-frontal ventromedial, ligado à auto reflexão e ao processamento emocional. O problema? Esse circuito reforça padrões de ruminação, dificultando a ação para o presente, onde mora a felicidade.

No método Happy Thinking, chegamos hoje na etapa 3, com o cérebro no estado de tempo no passado, aqui o gráfico nos convida a sair desse estado, mudando o foco para a abundância e prosperidade da vida.

A decepção está frequentemente ligada à sensação de “ancoragem no passado” devido a como o cérebro processa as experiências passadas em comparação com o presente e como essas comparações influenciam nossas expectativas e reações emocionais.

O que é a “ancoragem no passado”?

A ancoragem no passado se refere à tendência de usarmos experiências anteriores como ponto de referência ou “âncora” ao fazer avaliações sobre o presente. Isso significa que, quando enfrentamos uma nova situação, frequentemente comparamos o que estamos vivendo agora com algo que aconteceu no passado, seja algo positivo ou negativo. Quando as expectativas baseadas nessas experiências passadas não se concretizam, surgem sentimentos de decepção. E como já falamos, quando nossa mente não está no momento presente, não abre espaço para a felicidade entrar.

Por que isso acontece? Explicação neurocientífica:

1. Memória e Expectativas: A memória desempenha um papel fundamental na forma como processamos o presente. O hipocampo, uma região do cérebro responsável pela memória e aprendizado, armazena experiências passadas, que podem ser acessadas para formar expectativas sobre o futuro. Quando uma experiência futura não corresponde à expectativa gerada a partir de memórias positivas anteriores, o cérebro sente essa discrepância, gerando a sensação de decepção. Isso ocorre porque a memória de uma experiência passada “favorável” funciona como uma base de comparação, e a falta de correspondência com ela ativa áreas emocionais do cérebro, como a amígdala, que está envolvida no processamento de emoções como frustração, tristeza e desapontamento.

2. Córtex Pré-frontal e Tomada de Decisão: O córtex pré-frontal, especialmente a área relacionada à tomada de decisões, usa o passado como um guia para antecipar recompensas ou punições. Quando o cérebro âncora as expectativas a uma experiência passada (por exemplo, uma recompensa obtida anteriormente), ele calcula o que seria o “resultado ideal”. Se o resultado atual não corresponde a essa expectativa, o cérebro “reprocessa” a situação de forma mais crítica, gerando decepção. Além disso, essa região tenta ajustar o comportamento e as expectativas, o que pode resultar em sentimentos de desconforto se o novo cenário for interpretado como uma falha ou perda em relação ao passado.

3. Expectativa de Consistência: O cérebro humano prefere consistência e previsibilidade. Quando algo no presente parece inconsistente ou imprevisível em relação ao passado, ele ativa uma resposta emocional negativa, incluindo a decepção. Isso ocorre devido à maneira como o cérebro tende a ancorar eventos passados como uma referência para expectativas futuras. A teoria da dissonância cognitiva, por exemplo, sugere que quando há uma discrepância entre as expectativas (baseadas no passado) e a realidade (presente), ocorre uma tensão emocional, o que pode gerar sentimentos de frustração e desapontamento.

4. Sistema de Recompensa e Frustração: Quando uma experiência passada foi associada a uma recompensa significativa, o sistema de dopamina se ativa, criando um “padrão” ou expectativa de recompensa futura. Quando essa expectativa não se concretiza, o sistema de recompensa, particularmente áreas como o núcleo accumbens, não responde da mesma forma, gerando uma sensação de perda ou falha. Esse mecanismo pode criar uma sensação de decepção ao perceber que o que foi esperado não se materializou, ainda mais quando comparado com o que ocorreu no passado.

Como isso se relaciona com a decepção?

A decepção surge porque, quando nossas expectativas (geradas por experiências passadas) não são atendidas, o cérebro interpreta isso como um erro ou uma falha, o que resulta em uma sensação de perda. O passado serve como um referencial poderoso: se tivemos uma experiência positiva ou satisfatória em algum momento, o cérebro pode se apegar a essa “âncora” para projetar expectativas futuras.

Quando essa projeção não é atendida, o contraste entre o que foi vivido antes e o que acontece agora se torna um foco de desilusão emocional.

Quando direcionamos nosso pensamento para a gratidão e para o que já temos de valioso (seja em relações, aprendizado, oportunidades), ativamos o córtex pré-frontal dorso lateral, responsável pela tomada de decisão positiva e pela regulação emocional. Isso nos impulsiona para um estado de maior bem-estar e ação.

Prosperidade não é só sobre dinheiro.

É sobre conexões, propósito, aprendizados e experiências que nos enriquecem. Ao treinar nossa mente para enxergar essa riqueza, saímos da decepção e abrimos espaço para novas possibilidades.

A neurociência e a psicologia oferecem várias práticas baseadas em evidências que podem ajudar nesse processo. Aqui estão algumas abordagens cientificamente validadas para transformar a decepção em uma mentalidade mais positiva e próspera:

 

1. Reestruturação Cognitiva

A reestruturação cognitiva é uma técnica da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) que envolve mudar padrões de pensamento negativos ou distorcidos. Ela pode ser usada para “recontextualizar” uma decepção e transformá-la em uma oportunidade de aprendizado ou crescimento, promovendo uma mentalidade mais otimista e próspera.

Prática: Sempre que se pegar pensando em decepção, pergunte-se:

Quais são os fatos dessa situação?

O que eu posso aprender com isso?

O que posso fazer de diferente no futuro para alcançar um resultado mais positivo?

Evidência científica: A TCC tem sido amplamente estudada e comprovada como eficaz para mudar padrões de pensamento negativos e melhorar a regulação emocional. Pesquisas indicam que a TCC pode melhorar a saúde mental, incluindo o manejo da decepção.

 

2. Neuroplasticidade e Reforço Positivo

A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de mudar e se adaptar ao longo do tempo. Isso significa que, ao focarmos repetidamente em padrões de pensamento positivos, podemos literalmente reconfigurar nosso cérebro para pensar de maneira mais otimista e próspera.

Prática: Ao perceber pensamentos negativos ou de decepção, substitua-os conscientemente por pensamentos positivos e construtivos. Por exemplo, se a decepção for causada por não alcançar uma meta, pergunte-se:

“O que posso fazer de diferente para alcançar essa meta no futuro?”

Reforçar essas respostas positivas cria novas conexões neurais.

Evidência científica: A neuroplasticidade é bem documentada e pesquisas mostram que a prática de habilidades emocionais positivas, como a interpretação de desafios, pode mudar as estruturas cerebrais relacionadas à tomada de decisões e regulação emocional .

 

3. Cultivar uma Mentalidade de Crescimento

Adotar uma mentalidade de crescimento, como sugerido pela psicóloga Carol Dweck, envolve ver os desafios e as decepções como oportunidades de aprendizado e crescimento, em vez de falhas pessoais.

Prática:Encare a decepção como um feedback valioso. Pergunte-se: “O que posso aprender com essa experiência?

Como posso melhorar no futuro?”

Enxergar as dificuldades como temporárias e superáveis pode ajudá-lo a se mover em direção à prosperidade.

Evidência científica: A teoria da mentalidade de crescimento, defendida por Dweck, é respaldada por pesquisas que mostram que indivíduos com essa mentalidade são mais resilientes, persistentes e bem-sucedidos a longo prazo.

A prosperidade vai muito além do financeiro. É sobre reconhecer a riqueza já presente na vida e abrir espaço para novas oportunidades. Como você pode treinar seu cérebro para enxergar essa abundância hoje?

Com Humor,

Mary

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Referências científicas adicionais:

1. Knutson, B., & Cooper, J. C. (2005). Functional magnetic resonance imaging (fMRI) studies of reward processing. Current Opinion in Neurology, 18(4), 411-417.

Este estudo explora o papel do sistema de recompensa, incluindo o núcleo accumbens, na modulação de nossas expectativas e resposta a estímulos recompensadores.

2. O’Doherty, J. P. (2004). Reward representations and reward-related learning in the human brain: insights from neuroimaging. Current Opinion in Neurobiology, 14(6), 769-776.

O autor discute como a expectativa e a recompensa são processadas no cérebro, incluindo como áreas como o córtex orbitofrontal e o núcleo accumbens são ativadas durante esses processos.

3. Elliott, R., & Dolan, R. J. (1998). Neural response to monetary reward in humans: the effect of reward magnitude and task difficulty. Cerebral Cortex, 8(3), 289-298.

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