Se somos tão inteligentes, por que ainda somos tão infelizes?

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Maryana com Y 🏳️‍🌈
Especialista em Bom humor e Felicidade | Linkedin Creator | TEDx Speaker | Palestrante e treinadora | Coautora do Best Seller "SOFT SKILLS"e “BALANCED SKILLS”

Podemos ter cérebros poderosos e ainda sermos escravos de pensamentos ansiosos

Recentemente li um artigo que mexeu comigo,  o biólogo Emiliano Bruner chama de “maldição do Homo sapiens” ou seja: nossa mente superinteligente que imagina, planeja e projeta… e nunca para de desejar. O desejo que tiraa gente do presente e nos leva para a tristeza mais rápido, mostrando o que nos falta.

Apesar de toda a evolução que nos trouxe até aqui, parece que puxamos um “pacote extra” no caminho: a voz interna incansável, a cobrança contínua, a insatisfação constante.Bruner lembra que nossa mente complexa foi favorecida pela evolução para pensar no passado e prever o futuro,  o que ajuda a sobreviver mas cria também “uma tensão constante entre inteligência e sofrimento”.

Então fica a pergunta: se somos inteligentes, por que ainda somos tão infelizes?

E a resposta, alias eu não tenho a resposta mas talvez uma pista é que inteligência não significa automaticamente felicidade e bom humor.Podemos ter cérebros poderosos e ainda sermos escravos de pensamentos ansiosos, ruminações, “e se” e “quando” que nunca se aquietam.

Então vamos alguns pontos que notei:

1. Desejar demais, agradecer de menos.

Bruner argumenta que o desejo pode ser “o motor da existência humana”: “se estivéssemos satisfeitos, deixaríamos de desejar, e assim cessaria a energia vital que nos impulsiona”.Mas o efeito colateral é que esse motor nunca desliga. Conseguimos algo, e logo aparece outra meta.

O “inteligente triste” fica preso num ciclo: conquista → alegria curta → próxima meta.

2. Capacidade de pensar + mente inquieta.

A mente humana pensa em passado, futuro, possibilidades. Ótimo.Só que também cria projeções que podem ser fonte de ansiedade, arrependimento, medo ou frustração.A evolução nos deixou “fortes” e, ao mesmo tempo, vulneráveis psicologicamente.

3. Bem‐estar não vem por método pronto.

Bruner menciona que práticas como meditação e atenção plena ajudam não como modismo, mas porque treinam a mente a observar os pensamentos, perceber o corpo e reduzir a dominação dos processos automáticos.

Se inteligência fosse suficiente para sermos felizes, não precisaríamos “treinar” a mente.

Mas precisamos e isso evidencia que o “inteligente triste” está meio atrasado e precisa urgente de atualização.

Então buscar bom humor, felicidade é um indício de evolução, pois se o “inteligente triste” já virou história, qual o próximo capítulo?Aqui vão ideias para uma mente mas bem humorada, não no sentido de utopia constante, mas de evolução de como lidamos com nossa própria mente:

• Consciência dos pensamentos automáticos: Praticar observar quando a mente entra no “modo piloto automático”: ruminar, preocupar, projetar. Em vez de reagir, observar.

• Cultivar o bem‐estar intencional: Não esperar que a felicidade “aconteça” por si só … é como treinar músculos, faça a mesma coisa com a mente: com meditação, atenção plena e práticas de gratidão.

• Dar significado além da meta imediata: Tratar conquistas como degraus mas não tornar nosso valor pessoal dependente exclusivamente do “próximo resultado”.A mente feliz reconhece que, embora almejar seja humano, não podemos nos perder no “sempre mais”.

• Autocuidado como parte da evolução: Evoluir não é só acumular conhecimento, status ou resultados, é também aprender a pensar de modo diferente, a sentir diferente.A mente feliz é um sinal de maturidade de que entendemos: nosso cérebro evoluiu para desejar, mas não estamos condenados a sermos escravos desse sistema.

E nosso trabalho Mary, o que isso importa?

É termos uma liderança mais humana, quem lidera com uma mente menos estressada e mais consciente gera confiança e resiliência na equipe. Tem uma criatividade liberada, pois uma mente presa em ruminação ou ansiedade dificilmente cria.

A mente feliz abre espaço para imaginar, inventar, colaborar e usa a saúde mental como vantagem competitiva. Não é só “ser mais feliz”,  é funcionar melhor. Menos esgotamento, mais foco, menos desgaste emocional.

Agora, a grande sacada é: treinar a mente feliz e bem humorada, e isso não significa ignorar desafios ou tornar-se superficialmente otimista.Significa assumir que nossa inteligência precisa de suporte, consciência, cultivo e cuidado,  para ser não só produtiva, mas sustentável e plena.

Se você está lendo isso, já deu o primeiro passo: olhar para dentro e reconhecer que existe um “algo mais” além dos resultados.Convido você: que tal hoje, por 10 minutos, sentar, respirar, perceber seus pensamentos sem julgamento?

Com humor,

Mary

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