O bem-estar agora tem código de barras
Maryana com Y 🏳️🌈
Especialista em Bom humor e Felicidade | Linkedin Creator | TEDx Speaker | Palestrante e treinadora | Coautora do Best Seller "SOFT SKILLS"e “BALANCED SKILLS”
Se até a sua saúde mental virou game, a pergunta é: você tá jogando ou sendo jogado?
Pesquisei que os apps de bem-estar estão gamificando tudo. Meditou? Ganha estrelinha. Dormiu? Libera fase nova. Se cuidou, ganhou outra coisa. E me dei conta desse mercado wellness tomando conta com código de barras.
Em 2023, o mercado global de wellness foi avaliado em 6,3 biliões de dólares e prevê-se que alcance os 9 biliões de dólares até 2028. No Brasil, o segmento movimentou cerca de 96 mil milhões de dólares em 2022, impulsionado, entre outros fatores, pela crescente procura por suplementos alimentares, atividades físicas e pela expansão do uso de tecnologia e do bem-estar mental
Parece brincadeira, mas não é. Segundo o Global Wellness Institute, o mercado de wellness digital não só explodiu, como já entendeu que ninguém resiste a um joguinho. As pessoas engajam mais quando o autocuidado vem em formato de desafio, squad ou ranking.
E isso não é só papo de aplicativo bonitinho: a pesquisa publicada no JMIR Mental Health mostrou que usar elementos de jogo em apps de saúde mental realmente aumenta a adesão . Até o famoso Pokémon Go virou exemplo de case em artigos científicos porque fez milhões de pessoas caminharem mais de 1.400 passos extras por dia.
O que me chama atenção é que até as grandes empresas já estão surfando essa onda do “wellness com código de barras”. Programas corporativos de saúde agora premiam funcionários que atingem metas de passos, horas de sono ou meditação. Parece incentivo positivo e muitas vezes é mas também abre espaço para a gente pensar: será que bem-estar pode ser medido só por números? Porque quem já sorriu de verdade sabe: não tem planilha que dê conta do calor de um abraço ou da leveza de uma gargalhada coletiva no meio do trabalho.
Por isso, quando olho para esse futuro gamificado, eu penso: tecnologia é ferramenta, não essência. Os apps podem ser ótimos para lembrar a gente de respirar, mas nunca vão substituir a experiência real de se sentir vivo.
E é aí que o bom humor simples, gratuito e profundamente humano, aparece como um “hack” que nenhum algoritmo consegue reproduzir. Porque ficar bem, no fim das contas, é a forma mais leve de dizer para o cérebro: eu tô aqui, inteiro, presente.
Mas… e aí, quem tá no controle?

É aqui que mora o perigo: quando a sua saúde mental vira game, você pode estar jogando… ou sendo jogado.
O relatório Future of Wellness Survey da McKinsey aponta que millennials e Gen Z já veem o bem-estar como prática diária, personalizável e digital . Até aí otimo! Mas isso também abre espaço para algoritmos transformarem autocuidado em mais uma forma de dependência.Se cada respiração que eu faço depende de uma notificação, será que estou cuidando de mim ou cuidando do engajamento da plataforma?
Curiosidades que valem pensar:
• Tem empresa suíça que criou até um Health Score — um número que mede seu “nível de saúde” baseado em sono, humor, atividade física etc. (fonte:en.wikipedia.org/wiki/Health_Score).
• Universidades já testam jogos de realidade aumentada que ajudam adolescentes a falar de estresse e emoções de forma mais leve (fonte:arxiv.org/abs/2204.12917).
• E apps como o eQuoo — que ensinam resiliência em formato de “aventura” — já mostraram resultados positivos em estudos clínicos (fonte:mental.jmir.org/2023/1/e47285).
A tecnologia não é vilã nesse processo, mas como interagimos com ela sim. Saiba analisar se você está praticando o bem estar ou se viciando nele, para recebr aquela dopamina rápida que não se sustenta a longo prazo.
Bora se cuidar mas consciente, valeu?
Com Humor
Mary


